segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A transformação é minha natureza

Esta manifestação divina trata da grande alquimia, transformação e transmutação de tudo que acontece no planeta, mais especificamente ligado à terra. Aqui tudo que nasce depende da terra para viver e mesmo depois, é na terra que acontece a transformação enquanto a vida continua inalterada. Por tudo isso está ligado às doenças e epidemias, além de possuir o poder de levá-las, deixando a saúde em seu lugar.
Apesar de ser conhecido e representado como velho, na verdade retrata a inquietude e a impaciência com a acomodação. Mas claro, sempre se revela cauteloso e discreto. Não tolera as coisas estáticas, pois é necessário transformar constantemente e está em eterno movimento. Não se pode esquecer, porém, do seu carácter vingativo e às vezes inconsequente, quando sua vontade não é atendida. Por isso, todos os anos lhe é oferecido um grande balaio colectivo onde suas comidas predilectas são ali incluídas (pipoca e feijão preto com muito dendê).
Nesta oportunidade, algumas casas, aproveitam para distribuir a alimentação para toda a comunidade. Alguns o tem como pobre e ligado à morte, quando na verdade ele é o Senhor da terra, que a todos mantém, a todos sustenta e tudo transforma em vida.

As kijilas que lhe são atribuídas historicamente no Brasil são tangerina, abacaxi e caranguejo (aranhola).


Suas saudações são: Kavungo mateba kukala kuíza (O pai da ráfia está chegando, eu te saúdo)! Kiuá Nsumbo! Pembelê Tat’etu Kikongo! Salve, eu de saúdo!


Seu dia é a segunda feira.



Suas cores variam do Preto e vermelho e branco ou branco e preto e ainda a rajada de terracota e preto. Também gosta de se adornar com contas feitas com argolas de chifres e muita palha.

Os filhos deste caminho demonstram compatibilidades com pessoas de Tat’etu Kabila, Mam’etu Kaia, Mam’etu Zumba ria ndá (Zumbarandá), Mam’etu Matamba e Tat’etu Lembaranganga.

Fonte : Tata Ngunz’tala publicado no Jornal Tribuna Afrobrasileira
Npambu Njila 



A palavra Mpumbu significa território, ou seja, é um território no Reino do Kongo.

Segundo o antropólogo Patrício Batsikama, Mpumbu é o território onde existiu um mercado de escravos com o mesmo topônimo Mpumbu, por conta de na tradição Kongo ser o território que da origem ao mercado, ou seja, Mpumbu-Mercado.

O mercado do Mpumbu também foi um dos muitos mercados de escravos, sendo esse um famoso mercado onde surgem os famosos POMBEIROS, traficantes de escravos. De acordo com Patrício Batsikama a palavra Kinsâsa encontra-se no Mpumbu, Território-Mercado de escravos, cujo topônimo Kinsâsa deriva do verbo nsâsa, mas sendo nsâsa variante que significa educar, elevar, instruir, formar e aprender.

Kinsâsa significa literalmente Lugar da Instrução, ou Sítio da Educação, ou seja, onde foi reservado a educação dos escravos, os prisioneiros de guerras, os criminosos, entre outros.

A palavra Npambu tem a sua origem no Kikongo, cujo significado é Encruzilhada. A palavra Nzila tem a sua origem no Kikongo, mas o seu significado é diferente da palavra Npambu. Nzila significa Caminho.

Já a palavra Njila também tem o mesmo significado de Nzila, mas a sua origem é Kimbundu. No Kikongo e Kimbundu as palavras que tem os prefixos M e N seguidos de uma outra consoante, são nasaladas, mas entre algumas regiões por conta do sotaque ou melhor pronuncia, é incrementado o I, o A ou a letra U anterior os prefixos M e N ou é totalmente nasaladas, exemplo:

Mpambu = Pambu

Njila = Injila, Unjila ate mesmo Jira, Unjira

Quando pronunciamos a palavra GIRA relacionada a algum Ser Sagrado, estamos potencializando-a com o Ngunzu (Axé) do centro do Npambu (Encruzilhada), automaticamente evocando a própria força do Espírito através do Njila (Caminho, ou Destino) que vamos percorrer, para nos assegurar de positividade e nunca do negativo, pois o ponto central, a encruzilhada é um ponto neutro, contem a energia positiva e negativa. 

Quem se encontra em uma encruzilhada é, neste momento, o verdadeiro centro do mundo. Por isso o Mavambô é o Dono da Encruzilhada, porque de lá ele está no centro do mundo e as suas oferendas devem ser depositadas ali.

Essa tradição é bastante antiga e antecede o seu uso nos Candomblés Angola e Congo. É praticada no mundo Bantu já desde tempos longínquos e perdidos na história da humanidade. É nas encruzilhadas, que as mulheres BALUBAS e LULUAS (incumbidas do cuidado das plantações) costumam depositar os primeiros frutos da colheita. Se a cidade estiver ameaçada pela fome, a população inteira se dirige em procissão as encruzilhadas mais próximas a fim de depositar ali oferendas de viveres ou de velhos utensílios domésticos destinados aos Ancestrais. Nas encruzilhadas, ainda, é que as mulheres acabam de desmamar um filho, ficando assim dispensadas da proibição costumeira de terem relações sexuais durante o período de aleitamento, sacrificando uma galinha branca às almas das crianças mortas.

Ora, Mavambô é uma Qualidade de Njila que se manifesta como guerreiro guardião, temido e poderoso.

Dia: Segunda-Feira
Saudação:  Pembelê Npambu Njila
Cor: Preto e Vermelho

Fonte : Desconhecida
Njila ( Exu) - Angola




Pambu Njila, Mpambu Njila, Bambogira, Kongogiro, Ganga Pambuguera, Pangira, Ungira, Ungila

Alguns autores – dentre eles Nei Lopes - registram e dão a sua origem como do Kikongo e do Kimbundo com ligeiras variações em seus nomes (provavelmente fruto da mistura de diversas etnias que pronunciavam de modo diferente um nome comum à mesma divindade), na África, no Brasil e em Cuba, no Haiti e em outros países americanos, como a Colômbia e a costa dos EUA. Na verdade, “Mpambu” tanto em Kimbundo quanto em Kikongo significa cruzamento, encruzilhada (sendo que, em Kikongo, há a tradução de “Mpambu” como portão, ou local fechado), e “Njila” significa rua, caminho.

Por extensão, atribui-se em Angola esse nome aos homens andarilhos, os “homens da rua”. O nome “Pomba-Gira” já possui uma relação mais complexa e profunda com o “Pambu Njila” Bantu, acrescido de outras informações que vão de mitos europeus, persas e até indígenas, que, se der, um dia coloco aqui. Sem nenhuma variação mítica, em todos os povos Bantu, a encruzilhada é o umbigo do mundo, o início dos tempos primordiais onde tudo teve começo, o ponto de onde surgem as quatro retas que constroem a encruzilhada. Nzambi criou o mundo a partir desta cruz e colocou Mpambu Njila como o senhor absoluto desses caminhos, fazendo-o segurar os quatro gomos principais do Ngombo (jogo divinatório Bantu, equivalente em importância ao Opón dos Sudaneses – para que Kukiakalunga (Uma emanação de Nzambi. Kukiakalunga é o “Pensador Angolano”, equivalente ao Orunmilá Yorubá) pudesse vaticinar os destinos do mundo. Mpambu Njila é o guardião por excelência.

Aluvaiá

Aluvaiá em Quicongo fonetiza-se “Alu-Vuya”. Algumas nações, como os Tio e os Shona fonetizam Alu, ou Lalu. É uma divindade do Congo. Nas casas Angola/Congo, normalmente as cantigas referentes à Aluvaiá são entoadas em português. É o Inquisse da herança espiritual, da continuidade dos valores. É a divindade que faz os acordos com o inimigo, se fazendo passar por ele, sendo um senhor da infiltração. É quem fecha os acordos e os favorecimentos no terreno da magia.

Mavambo, Mavangu, Marambo, Marabu, Malagô, Navango, Igo Mavan, Marabô, Jiramavambo

O Senhor do Barro, o Conquistador! Nascido dos sonhos de Nkoce. Quando em suas andanças, Nkoce parava para dormir nascia um montículo de barro onde Nkoce colocava sua cabeça. Pela manhã, nesse monte, a cada dia nascia um Mavambo, para vigiar os caminhos dominados pelo vencedor dos Leões. Em várias regiões da África, os muçulmanos eram chamados de Marabu, em alusão ao fato de terem sido conquistadores em várias partes do continente. Há ainda, o termo Barabô, numa clara fusão do Jeje e do Cabinda nos terreiros do sul do país.

Sinzamuzila
O Inquisse que recebe o poder das bebidas que são colocadas na casa de fundamento e nas tronqueiras. Aquele que é sempre seco e que recebe a “Marafa” na cuia de cabaça no ritual propiciatório das escolas Congo/Angola, quando se envia o Sinzamuzilla para a porta. Do quikongo “Sanzala”, bêbado, trôpego.

Malungo

O Inquisse que acompanha as pessoas durante toda a vida. Aquele que envia seus “fantasmas de proteção” (Zumbikukulu) para acobertar quem entra e sai do terreiro, quem nos protege da morte; Aquele que livra do sofrimento. Entre os Lundakioko, “Ma-lunga” homem, amigo etc. Do Kikongo “Lungo” (Ma-lungo, plural), morte, dificuldade.

Jujuku

Aquele que faz magia de morte. Ainda que a palavra “Jujuku” seja uma palavra provavelmente Yorubá (“Juju” = magia com objetos; + “Iku” = morte) que deve ter sido aprendida pelos descendentes Bakongo, este Inquisse é utilizado para feitiços e para tormentos onde são usadas coisas pessoais daquele que se pretende agredir magisticamente.

Kijanjá, Kujanjo

Inquisse da matança e da Lua. É aquele que recebe as oferendas de todos os outros Inquisse e faz a transmissão do poder das oferendas a todos do terreiro. Por isso as matanças são feitas com os animais em ciclos que obedecem às fases lunares. Do Proto-Bantu “Kijan”, Lua, usado ainda hoje pelos jongueiros do Brasil como “Quijama”.

Mavilutango

O Inquisse da dança e do movimento, dizem as lendas que ele é que dá ao ser humano, através da dança, a capacidade de se relacionar com o mundo, com os vivos e os mortos. Por isso é ele quem se encarrega de levar o “Padê”. A palavra “Tango” vem do quibundo “Tangu”, significando pernada. A dança argentina de mesmo nome provém dessa mesma raiz Bantu, cujas origens foram praticamente esquecidas por lá.

Burungangi

Inquisse dos Bakongos, conhecido como “Mbulu” ou “Mbulunganga”. Há uma expressão em Bakongo que significa “Grande força” (Mbulu-nguzu, embora esta palavra se relacione mais com o Inquisse Burugunzo). É aquele que acompanha Biolê e é assentado nos trilhos e nas ferrovias. Nesse caso, este Jila descreve-se como “Mbulu-Nganga”, “Poder do Ferro”. A palavra “Nganga” aponta para termos Bantu relacionados a “derreter”, tais como o quicongo “Kanga” ou o Quioco “Nganga” (metal fundido), e finalmente ao Bantu genérico “Ngangula” (ferreiro). Associa-se ainda, ao Bantu multilingüistico “Nganga”, significando feiticeiro.

Bionatan

Inquisse patrono da alegria. Recebe doces e flores. Algumas traduções do Quimbundo indicam essa palavra como “risada”, bem ao estilo dos Njila. Mas há ainda, traduções do Quicongo: “Mbyantunda”; “Ntunda” – Monte, colina; “Mbya” – coquinho de palmeira, talvez uma aproximação deste Inquisse com o Exu yorubano nas questões dos métodos divinatórios.

Sigatana, Singangara, Siganga, Gangaiô

“Singa” – nome que se dá à vara do canoeiro. No quicongo “Sinda”, se traduz como ir ao fundo d’água; no umbundo “Sinda” refere-se ao ato de empurrar associado ao multi-Bantu “Nganga” – feiticeiro, traduz-se aproximadamente como o feiticeiro que habita o fundo das águas. De fato esse Njila associa-se a Zumbarandá e Kissimbi nos assentamentos destes outros MiInquisse. É invocado simbolizada pelo egan (gorrinho em forma de cone), e pela pena vermelha do papagaio.

Tibiriri, Tonã

Encontra-se menção a este Inquisse nos rituais Angola, embora seja óbvia a sua relação com o Tiriri dos Yorubá: “Ti” – Grande Força; “Riri” – Valor, traduz-se como “Valoroso”. Igualmente Tonã parece relacionar-se com o Lonã (Caminho) Yorubá. Resta descobrir se houve uma aculturação do Nagô sobre os rituais Congo/Angola, ou se na própria África essa divindade se espalhou por várias regiões. Há ainda a o termo Tupi Tiriri (nome de uma ilha), originado de su-y-ry-ry, que significa "pássaro que faz barulho”. Interessante é que em alguns totens deste Inquisse há um pássaro esculpido e ainda, na Umbanda, Tiriri é o guardião de Yori/Ibeji/Oxum (yabá dona de um pássaro), cujo sinal cabalístico de pemba representa hieraticamente, um pássaro. E, finalmente, encontramos na Cabala hebraica o termo “Tirirel” como o demônio guardião de mercúrio (planeta de Yori). Vai saber...

Ngambe, Ingambeiro, Engambeiro

O termo engambeiro ou engambelo é comumente usado pelo Povo-de-Santo como verbo, na flexão engambelar, o que aproxima este Inquisse da representação de Trickster do Exu yorubano. No Umbundo diz-se “Uyambelo” como o presente que se dá ao curandeiro, o que originou, possivelmente a palavra engambelar - de uso nos terreiros quando se dá uma oferenda de paliativo ao “santo” até que se possa dar outra melhor. O povo Ganguela diz “ndambelo” como aquela porção que se dá a mais do que se promete como “agrado” em troca de um favor. Os Soto dizem “Kabelo” com o sentido de contribuição. Ngambe é o nome de um Inquisse onde em sua barriga colocam-se moedas, notas (na antiga África usava-se búzios, marfim e cobre) e outros objetos de valor.

Etajelungi

Mais um Njila que nos parece uma somatória brasileira do fundamento das qualidades de Exu com o de algum Inquisse Congo. “Etá” em quicongo traduz-se como pênis ou como qualquer objeto que lembre o falo. É acrescido, talvez da palavra yorubana “Ijélu” – “I” – (Aquele que); “jê” (é); “Elú” (Índigo, a planta que produz a tinta chamada “Arô” para fazer o “Wáji”, que representa o preto nas pinturas rituais. Entre os Bakongo a representação do falo de alguns Njila é pintada com a cor azul, assim como dissemos na abertura, sobre os Pambu Njila e a influência ritual Yorubá.

Korobo

O Pambu da folha, espécie de “Aroni” angolano, portador da enxada, foi quem ensinou os homens a plantar. É o guardião da “Kisaba Kiasambuka” do Inquisse Katendê. Em quicongo encontramos a palavra “Kulumba”, como “homem rude do mato”, que vaga pelas estradas e “Kuluba” como “enxada velha”.

Niquerô

Inquisse que recebe as oferendas dos Minquisse caçadores. O guardião da fartura e da distribuição de força vital para o terreiro. Em quicongo, “Ndiiki”, aquele que alimenta.

Dundo Salunga, Dundo Calunga

Inquisse do mistério, Pambu do silêncio, o grande peixe que leva as pessoas para o infinito. Sua representação é a de um peixe de madeira onde se colocam mensagens e objetos para os que se foram. Dundo em quicongo é “Ndundu” e refere-se ao peixe Seese. Calunga vem do termo multilingüístico Bantu “Kalunga” que traduz a idéia de grandeza, eternidade, vastidão. Pode ser tanto identificado com o céu e o espaço infinito como com o mar. Kukiakalunga é o Inquisse pensador dos Angolanos (do verbo “Oku-Lunga” – ser esperto), o patrono do jogo Ngombo. No Brasil o termo se ligou ao cemitério e à morte, pois muitos escravos morriam no mar antes de aqui chegarem, embora a idéia de eternidade ainda assim, tenha relação com o local onde habitam os mortos

Naban, Nabondo

Inquisse guardião das árvores. Representado por um pássaro (!). Conforme o quikongo “Na-mbondo”, uma árvore, o embondeiro. Divide seus poderes com Nkondi – Inquisse da família de Nkoce - esta árvore é cultuada principalmente para o feitiço. O embondeiro tem forma de garrafão, e é chamado de “Nkondo Ikuta Mvumbi” (Embondeiro do morto gordo), por que a pessoa contra quem se faça o feitiço, contra quem se prega o prego, morrerá gordo, inchado como o embondeiro. Conforme o prego usado, o efeito, segundo o povo de Cabinda, será mais ou menos imediato, se for de ferro, de cobre ou de alumínio.

Ingué, Izangué, Yanga

Entre os Tchokwe encontramos a divindade Yanga, fonetizada como Yangue em outras tribos do norte de Angola. A lembrança da relação do nome com o Exu Yangi dos Yorubanos é inevitável. No Brasil e em Angola Ingué e Yanga compactuam do fato de não beberem cachaça nem dendê. Veste-se de branco. Na África, como no Brasil, quando está possuindo alguém, não come nada vermelho.

Malusibango 

Encontra-se referências rituais de um Inquisse da fortuna em Angola, chamado “Luo-Mbangu”. E encontramos a palavra “Mbangu” em quicongo significando “benesses” ou “ganho”.

Apavenã

É o senhor das oferendas, o portador e o mensageiro. É sempre o primeiro a ser invocado. É o dono do dendê, por isso o carrega na peneira, segundo dizem...

Imbeberiquiti, Imbeperequeté

Inquisse guardião das portas das casas. Seu nome refere-se a alguém sentado, ou baixinho, provavelmente em alusão a postura que assumem as pessoas que o incorporam na África. Do Umbundo “Velekete”, pessoa de estatura baixa, ou alguém de cócoras/sentado.

Manawelé, Mawe, Mavilê

Maville é um dos nomes associados a todos os Njila. Mavile vem do Umbundo “Omavele” ou do Quicongo “Mavele”, plurais de “Avele” que significa leite, provavelmente alusão ao poder de ligação destas divindades guardiãs com o poder criador do esperma.

Kunkurunguanje 

Inquisse da palavra e da invocação, das poesias e dos Jamberessu. O que fala pelas outras divindades. Do quicongo “Nkunga”, canto, poema, palavra, associado ao Umbundo “Ulungundju”, ronco ou urro. Traduz-se como “aquele de voz rouca”, característica bem típica da manifestação destas divindades.

Kamungo, Camunga

Inquisse que se esconde, que mora embaixo da terra. Seus fetiches são enterrados e as oferendas colocadas por cima, o que o relaciona aos mortos e aos ancestrais. Em linguagem cifrada os jongueiros chamam “Kamungo” de tambor, em alusão ao orifício do instrumento, onde algo pode se esconder. Há o Nhungue “Kabungu”, o Iaca “Nungo”, o Umbundo “Ochimunga” e Quibundo “Kibunga”, todos significando objetos como chapéus, panelas, baldes, etc, utensílios que identificam algo que cobre. Há ainda a concepção totêmica do rato, animal relacionado, na África aos Njila, assim como o marimbondo e outros, pequenos animais com grande poder de penetração nos lugares. A linguagem cifrada dos velhos feiticeiros velou o significado sagrado deste Inquisse, assim, no Umbundo encontramos a forma diminutiva “Oka-mpuku”, ou “Okamundongo”, rato, camundongo, e ainda, “Mundongo”, como escravo, identificando a função exterior de divindades guardiãs africanas como Exu, Bara e Pambu-Njila.

Jembelu

Classe de Njilas que recebe a menga do sacrifício: são os Yembêle. Do quicongo “Mbe”, som onomatopaico de pancada, associado à raiz “Ele”, líquido, leite, ou algo que escorre, no caso, a menga.

Embarujo

O Inquisse guardião da cura, é quem acompanha Kavungu. Do Umbundo “Uemba”, significando feitiço, veneno e remédio.

Kariapemba

Talvez por influência católica já em terras africanas, ou talvez mesmo em Portugal, essa divindade – assim como outras, tais como Nkoce, conforme veremos – é tida como extremamente maléfica entre os angolanos, havendo a necessidade de benzer-se o ambiente onde se acredite que ele esteja. Seu nome, em Quicongo “Nkadi-a-pemba” e em Quibundo “Kádia-Pemba” não assimila outra tradução que não “demônio”.

Manakó, Manacuco, Mancuco, Mancuce

Invocado no pade, é quem providencia a comida e a bebida de todos. Benéfico, não gosta de bebida alcoólica, gosta de branco. É quem dá a fortuna. Há a relação oculta da fortuna e da bem aventurança com o fato de seu nome bantu ser, no Quicongo, “Nkusi”, no plural “Bakusi”, traduzindo “o pescador”. Há ainda “Munkusi” – “Vento que vem do estômago (flatulência)”, traduzindo o estado de saciedade quando se está farto de comida.

Toroni Batola, Bute

Do Ronga “Mbuti”, bode, animal geralmente usado em sacrifício a estes Njila.

Quitungueiro

Inquisse ou espírito da morte, que se apresenta de todas as formas possíveis, pois não é possível desvencilhar-se dela. Do Quicongo “Kintungu”, tudo que aparece por inteiro, que se desenvolve e que se mostra de várias formas. Associa-se o conceito ao Quibundo “Kitungu”, casebre, mausoléu, ou seja, o lugar onde habitam os que se transformaram: cemitério.

Caracoci

Do Quicongo “Ekala” homem (quando se refere a alguém que não se conhece), associado ao Quibundo “Kutxi, Kuxi”, orelha, de onde vem o português “cochichar”. “Homem que murmura, fala baixo”. Muitas das manifestações mediúnicas e possessões africanas e no Brasil, estes espíritos se comunicam dessa forma.

Fonte: Desconhecida

Tat'etu Kambaranguanje

Tat'etu Kambaranguanje aglutinação de Kamba ria nganga ajê - Um Santo amigo firme (como as pedreiras), “O Senhor da Justiça ...