terça-feira, 27 de junho de 2017

Tat'etu Kambaranguanje

Tat'etu Kambaranguanje



aglutinação de Kamba ria nganga ajê - Um Santo amigo firme (como as pedreiras), “O Senhor da Justiça Divina”, portanto o destino (ou Karma), é a manifestação da Justiça de Deus, julga e confere nossos atos durante cada encarnação.

Implacável, como a justiça deve ser, não aceita e não acata erros. Por isso é o “Senhor das Cabeças”. Sua manifestação no mundo físico é nas pedreiras e rochas, pois a Justiça é dura e firme como as pedras o são. Sua arma o “Luazí” (machado) é representado com duas lâminas idênticas informando que corta para todos os lados igualmente.

Em nossa Casa o cultuamos na forma de “Tat'etu Loango”, o Senhor do Fogo e o festejamos durante o plenilúnio de inverno nos “Fogos de Loango”.

Seu dia é quarta-feira, suas cores a vermelha e a branca juntas, no sincretismo foi representado por São Jerônimo e é festejado em 30 de setembro. Sua oferenda preferida é o omalá que deve ser feita em noite de lua cheia, acompanhada de cerveja preta e iluminada por, pelo menos, 12 velas.




Texto Adaptado 
Kota Leuá Cidelecy

sexta-feira, 16 de junho de 2017





Porque Toda Sexta é Santa
Kiuá Tata Lembá
Salve Lemba o senhor da Paz e Branco







Lembá Dilê




Lemba, o mais importante e elevado dos Minkisi, foi o primeiro a ser criado por Nzambi, o deus supremo. Representa o céu, o princípio de tudo, e foi encarregado de tomar conta do mundo.

Equilíbrio positivo do universo, é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povos da terra e do cosmo. É considerado o fim pacífico de todos os seres.
Nkisi da ventura, da compreensão, do entendimento, do fim da confusão.

Lemba é o Nkisi que vai determinar o fim da vida, o fim da estrada do ser humano, o fim com a certeza do dever cumprido. A morte deve ser encarada com naturalidade como encaramos os demais assuntos da nossa vida, pois ela faz parte da natureza e sabemos que tudo tem um início, um meio e um fim.

Pambu Njila inicia, Lemba termina. É assim na Jamberessú (roda de Candomblé), quando louvamos todos os Minkisi.

É ele que sempre atuará como mediador para acalmar discórdias em qualquer plano e produzindo uma solução, uma definição.

Lemba não come como os demais Minkisi, suas oferendas são sempre coisas brancas. É o senhor do princípio da morte e conhece todos os seus segredos.

Existe vários caminhos de Lemba, como Nkassuté, Lemba Dilê, Lemba Nganga, Kukurukaia, sendo que em um desses caminhos é representado na forma de um velho, que precisa segurar em seu cajado para manter-se em pé, representa o pai de todos, aquele que tudo sabe e tudo vê, um Nkisi mais superior, um conselheiro, denominado este como Lemba-Kukurukaia, e em sua forma mais nova, jovem, que apresenta-se como um guerreiro, carrega em sua mãos uma mãe de pilão, uma espada e um escudo, seu símbolo é o barco, rege também as águas, pois é nela sua maior estrada, e a fonte mais pura de todos os seres, este segundo denominado de Lemba Dilê, que é o Navegante Guerreiro.

segunda-feira, 29 de maio de 2017


Dias da Semanas








Hambas da Terra

Divindades

Kaviungo

Também chamado de Kavungo, Nkissi de origem congolesa, registrado por Nei Lopes, e no dicionário de português-kimbundo encontramos a forma Kaluvungu que é um substantivo feminino e que significa magia. É cultuado no Tombeici de Itapecerica.

Nsumbo 

De origem kikongo registrado por Nei Lopes sem maiores informações. É cultuado na casa pesquisada.

Kingongo 

Não encontramos nenhuma referência bibliográfica sobre esse Nkissi. Apenas o vemos presente nas casa pesquisada.


Kubango 


Segundo Nei Lopes, esse nkissi tem origem no universo lingüístico kimbundo e significa briga e luta. Não encontramos até o momento nenhuma outra referência
.


Mpanzu 

De origem no universo linguístico Kikongo, segundo Nei Lopes e significa aquele que provoca úlceras. Cultuado na casa pesquisada. Edison Carneiro fala dele como de um espírito inferior, habitante das árvores, no Bate-folhas de Manuel Bernardino, juntamente com Zacaí.

Kisambu 

É apenas outra grafia de Nsambu ou Nsumbo valendo as mesmas características do primeiro.

Porque não pode assoviar?!

Pambu Unjila


Unjila é o Dono do Assovio e assoviar é provocá-lo. Seus assovios são intempestivos e penetrantes de tal maneira que assustam os velhos, que estes não se atrevem jamais a assoviar, com medo que Unjila responda. É ele quem assovia nas paragens desertas e nas casas abandonadas, como se sabe, a noite é o domínio de “entidades” de todos os tipos, mas durante o dia há horas perigosas que convém levar em conta: o meio-dia e às seis da tarde, quando vagam algumas “entidades” durante alguns momentos e nestes horários Unjila abandona as portas e as casa ficam sem defesa, se assoviarem durante este período, qualquer um destes poderá entrará na casa... Esta é a razão pela qual se verte água na porta da rua e ninguém deve entrar ou sair de uma casa nestes horários. A meia-noite a pior de todas as horas, já transitam Vumbi(mortos), Unjila e Mulolo(feiticeiras) com toda liberdade, então em hipótese alguma assovie, sobre tudo em altas horas da noite... Unjila está difundido por todas as partes “em uma rede numerosa”, todos se comunicam entre si, se enganam mutuamente – “o Unjila da porta, quando recebe a oferenda de um animal destinado somente ele, dá um jeito de afastar o Unjila da esquina” - ou se solidarizam uns com os outros por vingança. O que guarda a porta confabula com o da esquina, o da esquina com o dos quatro caminhos, o dos quatro caminhos com o da floresta e assim sucessivamente... Desta forma é necessário que o da porta esteja satisfeito, “que seja ofertado antes de todos” conforme dispôs Mulundilu(adivinho), segundo certas versões de Zimbo(buzios) e de acordo com outras, para que não atrapalhe a trajetória normal da vida e para que este Unjila não assovie para o Unjila da esquina, o encrenqueiro e revoltado, o qual, por sua vez, não assoviará para o Unjila dos quatro caminhos e este, para o Unjila da Floresta e assim por diante... Se o da porta assoviar e se eles acudirem a seu chamado, todos se introduzirão numa casa e nela ocorrerá alguma tragédia lamentável. “Para aquele que assovia, todos os Unjila entendem que lhe estão chamando para adentrar a casa e a pessoa padece as conseqüências... É essencial contentar Unjila e não provocá-lo com assovios ou com qualquer outro tabu... Emboscados em cada caminho, dispões de nossa vida em todos os momentos, pode jogar com ela como bem entender. Dono das chaves que “abrem e fecham os caminhos e portas”, do Além e da Terra, aos Deuses e Mortais... e as abre e fecha à sorte e à desgraça, segundo seus caprichos... embora pequeno, temos de considerar Unjila , sem discussão, o mais temível dos Mikisis... Então para minha felicidade... eis que surge uma nova pergunta: Tata! Então porque Katende assovia? Este direito lhe é concedido porque Katende pertence à família de Unjila. Embora parente não seja e de forma alguma um “caminho de Unjila” e sim uma Divindade totalmente distinta, assim como Ale “o inventor da aguardente” também pertence a esta família, mas não é Unjila. Se por um descuido você assoviar na mata se apresentarão Katende e Unjila e a eles você deverá prestar conta do chamado... deixe esta prática de assoviar na floresta para os caçadores e admiradores de pássaros silvestres.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

O candomblé Bantu

Segunda Parte


O Ritual


 Massangá: ritual de batismo de água doce (menha) na cabeça (mutue) do iniciado (ndumbi), usando-se, ainda, o kesu (obi).
  Nkudiá Mutuè (bori)- ritual de colocação de forças (Kalla ou Ngunzu (Angola) = Asé (Axé) = Muki (Congo)), através do sangue (menga) de pequenos animais. Nguecè Benguè Kamutué: ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.
 Nguecè Kamuxi Muvu: ritual de obrigação de 1 ano.
 Nguecè Katàtu Muvu: ritual de obrigação de 3 anos (Nguece = obrigação): nessa obrigação, faz-se o ritual de mudança de grau de santo.
 Nguecè Katuno Muvu: ritual de obrigação de 5 anos, com preparação quase idêntica à de um ano, só que acompanhada de muitas frutas 
 Nguecè Kassambá Muvu: ritual de obrigação de 7 anos, quando o iniciado receberá seu cargo, passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (zelador) ou Mametu Nkisi (zeladora).
As obrigações são de praxe para os rodantes, porque Kota (equede) e Kambondo (ogã) já recebem seus cargos na feitura, portanto já nascem com suas ferramentas de trabalho: dão suas obrigações para aprimorar seus conhecimentos.
No candomblé de angola, quem passa cargo são os enredos de Dandalunda. Isto é, não é preciso ser filho de Dandalunda, mas é ela quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.
Após 7 anos de obrigações, se renovarão a cada ano com rito de kesu (obi) ou bori, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 7 em 7 anos para renovar e conservar o indivíduo forte, transformando-o em Kukala Ni Nguzu ("um ser forte").
Kunha Kele: sacramento realizado 3 meses e 21 dias após a feitura (tirada de kele), quando o santo soltará a Kuzuela = Ilá.
Ordem de barco (sequência das pessoas recolhidas juntas para iniciação) no candomblé de angola:
  • 1º - Rianga, 2º - kaiadi, 3º - katatu, 4º - Kakuanam, 5º - katanu, 6º - Kassamanu, 7º - Kassambà.

Tat'etu Kambaranguanje

Tat'etu Kambaranguanje aglutinação de Kamba ria nganga ajê - Um Santo amigo firme (como as pedreiras), “O Senhor da Justiça ...